quinta-feira, 31 de março de 2011

Cachorrão pendura as luvas após o UFC 128




Foto Josh Hedges

Aos 34 anos de idade e 13 vitórias em 18 lutas de MMA, Ricardo Cachorrão acaba de anunciar sua aposentadoria. Através do Facebook, o lutador enviou uma carta aberta aos fãs e amigos, explicando o que lhe motivou a deixar o esporte de lado 11 anos após fazer sua estreia nos ringues do Pride. Confira o recado do faixa-preta de Renzo Gracie:

"Em 2008, decidi voltar ao MMA. Desde então, tive o privilégio de fazer oito lutas no UFC. Como competidor, não consigo pensar em nada mais emocionante do que estar no centro do octagon com as minhas mãos levantadas.

Durante esses quase quatro anos, tive uma luta pessoal para encontrar o equilíbrio entre minha carreira de lutador, cuidar do meu filho, que foi diagnosticado com autismo logo depois que assinei um contrato de seis lutas com o UFC, ensinar Jiu-Jitsu na minha academia e os deveres familiares que todos temos.

MMA é um grande esporte, mas não perdoa. É um passo perigoso entrar no octagon, ainda mais quando você não está 100% focado.

Depois de pensar muito desde a minha luta no UFC 128, decidi me afastar do esporte como lutador.

Vou continuar apoiando totalmente o UFC como treinador e, claro, como grande fã. Gostaria de agradecer ao Lorenzo Fertitta e Dana White por sua liderança e visão que trouxeram o esporte a patamares mais altos. Também gostaria de agradecer ao Joe Silva pela oportunidade de competir entre os melhores lutadores do mundo.

Renzo Gracie, Mark Henry, Frankie Edgar e todos os meus companheiros de equipe, não poderia ter feito nada disso sem eles.

Finalmente, gostaria de agradecer a minha esposa, filho e família, assim como meus alunos. Vocês terão minha dedicação integral a partir de agora.

E também aos fãs, que tornam o MMA o maior esporte que existe.

Ricardo Almeida."


Fonte: tatame.com.br

terça-feira, 29 de março de 2011

[Vídeo] Veja 2 finalizações impressionantes nas disputas de MMA do fim de semana


Os circuitos de MMA realizados no fim de semana reservaram dois momentos inusitados, com finalizações de rara execução. Dois golpes atípicos chamaram atenção pelo alto grau de dificuldade, improviso e destreza dos competidores.

Nas quartas de final do torneio meio-pesado (até 93 kg) do Bellattor 38 (evento norte-americano), a versatilidade foi ponto-chave para Richard Hale (azul) insistir na posição e aplicar um triângulo invertido. O novo ângulo do estrangulamento com as pernas - normalmente aplicado com o adversário de frente - foi tão eficiente que 'apagou' Nik Fekete (vermelho), adversário da vez. Veja no vídeo abaixo!
No UFC Fight Night 24, realizado na noite de sábado, em Seattle (EUA), o coreano Chan Sung Jung também abusou da ousadia para executar um ‘twister' na revanche contra o norte-americano Leonard Garcia. O golpe, pouco visto em lutas de alto nível, basicamente é uma chave que atinge a coluna cervical. Na postura correta, o lutador torce as pernas e o pescoço do oponente em sentido contrário para forçá-lo a desistir. Foi o primeiro movimento do tipo executado nas disputas do UFC.
A dolorosa manobra garantiu para Jung o prêmio de melhor finalização da noite, com US$ 55 mil extras garantidos na bolsa do combate. Com o resultado, o 'Korean Zombie', como é conhecido o atleta asiático, também deu o troco da derrota para Garcia, computada no WEC 48 (abril de 2010). Assista abaixo!

Por Fernando Zanchetta, especial para o Yahoo! Brasil

Belfort aceita revanche, Wanderlei Silva (ainda) não


O aguardado tira-teima entre os brasileiros Vitor Belfort e Wanderlei Silva já ganhou ares de novela e parece cada vez mais distante de confirmação. O primeiro combate entre os dois aconteceu em 1998, no UFC Brasil, em São Paulo. Belfort venceu por nocaute em apenas 44 segundos.

Curiosamente, a 'culpa' do atual imbróglio não está na cúpula do Ultimate, mas em uma das partes envolvidas na luta. O presidente Dana White ofereceu o novo desafio para Belfort, que aceitou. Mas Wanderlei, mesmo com declarações polêmicas em entrevistas do tipo "nunca treinei tanto, não tem mais para onde correr, vou te pegar Belfort", já parece desconversar sobre o fato e faz campanha nas redes sociais para enfrentar outro lutador.
"Nós oferecemos a ele (Wanderlei) a disputa com o Belfort, mas agora ele está no twitter fazendo lobby para lutar com Chris Leben. Não entendo mais nada. Não tenho interesse para que ele enfrente o Leben, e sim o Vitor", disse o irritado White, em entrevista recente ao site especializado MMAWeekly.
Wanderlei Silva
Silva não compete há exatos onze meses, quando venceu o britânico Michael Bisping no UFC 110 e posteriormente passou por extensa recuperação de cirurgia no joelho. Neste meio tempo, também recusou luta contra Brian Stann, pré-confirmada para o UFC 130, dia 28 de maio. Segundo o brasileiro, o apelo patriótico do adversário (ex-militar condecorado e herói de guerra norte-americano) o fez recusar do compromisso para não ferir o relacionamento com os fãs do país.
Mesmo se Wand mudar de idéia e aceitar, o combate não deve ser realizado no UFC Rio, em 27 de agosto, como era esperado por fãs e especialistas. “Queremos confirmar para Las Vegas, em julho, como uma das atrações principais do UFC 132”, afirmou White.
Há 13 anos, Silva e Belfort se enfrentaram na até agora única edição do Ultimate em território nacional. Na época, ainda conduzido por outros empresários, a marca aportou no Brasil com evento paralelo à contagem oficial, e ficou conhecido como UFC 17,5. No octógono, Belfort não deu chances para Wand: com sequência avassaladora de socos, aniquilou o lutador paranaense em apenas 44 segundos. O combate até hoje é lembrado como um dos mais contundentes na história do esporte.
Por Fernando Zanchetta, especial para o Yahoo! Brasil

UFC FN24: Minotouro é dominado por Davis e perde novamente


Desta vez, não foi propriamente um pesadelo para o Brasil como semana passada. Em luta morna válida pelos meio-pesados (até 93kg), o norte-americano Phil Davis fez o necessário para estabelecer a superioridade e vencer o brasileiro Rogério Minotouro Nogueira na decisão unânime por pontos, sábado à noite, na disputa principal do UFC Fight Night 24, em Seattle (EUA).

Foto: Getty Images

Mesmo sem a contundência do resultado por via rápida semelhante ao desafio Shogun x Jones (UFC 128), esta foi a segunda derrota consecutiva de um experiente lutador brasileiro para um dos prodígios da nova geração do MMA. Com o resultado, Davis soma agora nove vitórias seguidas e reforça o nome na rota dos desafiantes ao título (em posse justamente de Jon Jones). Nogueira contabilizou o segundo revés em sequência (havia perdido de Ryan Bader, no UFC 119) e já corre risco de permanência no evento.

Nos instantes iniciais, Davis manteve-se confortável na longa distância com a variação de chutes altos e baixos. Um deles acertou em cheio o queixo do brasileiro, que aguentou firme. Mesmo de forma discreta, Minotouro equilibrou ações e a luta foi para a primeira pausa equilibrada.

No segundo assalto, o adversário mudou a tática e passou a exercer o jogo característico de clinches e quedas. No chão, sempre por cima, aplicou bons socos e cotoveladas em Nogueira, que cansou visivelmente nos minutos finais. A essa altura, o domínio de Davis já era inerente, e o atleta seguiu a estipular vantagens sem se arriscar em demasia.

"Vai pra cima que você precisa do nocaute", alertou o companheiro de equipe - e córner de Minotouro - Anderson Silva, no segundo intervalo.

Mas não adiantou. A fórmula do norte-americano também predominou na etapa final. Com fintas e golpes mais leves, executou novo single leg (agarrar uma das pernas para derrubar) perfeito e novamente levou para o solo. Nogueira ainda tentou surpreender com alguma finalização. Mas o atento adversário não caiu em armadilhas. No fim, vitória incontestável de Davis por pontos.
Por Fernando Zanchetta, especial para o Yahoo! Brasil

Shogun é nocauteado por Jon Jones e perde cinturão no UFC 128


Noite de pesadelo para Maurício 'Shogun' Rua e de sonho para Jon 'Bones' Jones no UFC 128, realizado em New Jersey (EUA). Antagonismos à parte, o brasileiro colocou em jogo pela primeira vez o cinturão dos meio-pesados (até 93 kg). Mas visivelmente fora de forma e perdido taticamente, foi presa fácil para o jogo versátil e inovador do prodígio norte-americano, que alcançou o nocaute no terceiro assalto com facilidade e faturou o cinturão da categoria com apenas 23 anos de idade, um dos mais jovens a realizar este feito.


AP
Jones começou com tudo e desferiu joelhada voadora. 'Shogun' aceitou a troca de golpes, mas logo foi levado ao chão. Em posição de vantagem, o então desafiante seguiu com socos e cotoveladas variados. Rua reposicionou a guarda e conseguiu levantar. Exausto em pouco mais de dois minutos de combate, o brasileiro seguiu em desvantagem até o primeiro intervalo.
Na etapa seguinte, o panorama permaneceu o mesmo. Totalmente focado, Jones mantinha distância segura do oponente com chutes laterais baixos e acertava outros golpes como e quando queria. Em pé, usou uma cotovelada giratória certeira - uma de suas marcas registradas - para aumentar ainda mais a vantagem. A essa altura, Rua já demonstrava apenas forte instinto de sobrevivência no octógono.
Mesmo com o rosto bastante inchado, o brasileiro ainda esboçou tímida reação na etapa seguinte, sem sucesso. Tentou uma chave de perna, mas Jones escapou e ficou por cima, onde aumentou o castigo com mais cotoveladas contundentes. A luta voltou em pé, Jon acertou gancho de esquerda no fígado e emendou joelhada no rosto de 'Shogun', que desabou de vez. Nocaute decretado e título com novo dono.
"É um sonho que se realiza. Tinha tudo em mente e consegui colocar em prática. Sou o campeão", disse Jones, logo após o combate.
"Ele foi melhor em todos os aspectos. Só tenho de dar parabéns", retrucou 'Shogun', visivelmente abalado.



Por Fernando Zanchetta, especial para o Yahoo! Brasil