Recém-aposentado dos tatames, o grande mestre Ricardo de La Riva, ao contrário da maioria da velha guarda do Jiu-Jitsu, é a favor do uso do berimbolo e da guarda 50-50. Aos 48 anos, o faixa-preta 6º grau de Carlson Gracie contou, em entrevista à TATAME, que aprova as técnicas, desde que sejam bem utilizadas, e disse que as regras têm o poder de dar fim à “amarração” nas lutas.
“Que bom que estão sendo muito usadas. Infelizmente, quem não sabe utilizar, acaba travando a luta por não ter recurso. Tem que saber usar. A regra é que vai mudar isso. Se houver punição – ou se fizerem com que todos os atletas que cheguem a essa posição desenvolvam a partir dela -, aí, sim”, analisou.
Confira abaixo a entrevista na íntegra:
O que acha da 50-50 e do berimbolo?
Que bom que estão sendo muito usadas, são posições que o pessoal faz e das quais há muito ataque. Infelizmente, quem não sabe utilizar, acaba travando a luta por não ter recurso. Tem que saber usar. Bota a posição e não desenvolve, então, acaba travando, e isso atrapalha um pouco. A regra é que vai mudar isso. Se houver punição – ou se fizerem com que todos os atletas que cheguem a essa posição desenvolvam a partir dela -, aí, sim, todas as posições que são feitas a partir da De La Riva vão continuar sendo muito utilizadas com sucesso.
Você ensina essas guardas nos seminários?
Direto. Tem que estar atualizado, treinando; tem que estar fazendo, tem que saber defender. É muita pergunta, não é fácil, mas a gente sempre tem um coelhinho na cartola, e o pessoal sai sempre satisfeito.
Surpreendeu essas posições aparecerem a partir da guarda De La Riva?
Eu acho que qualquer posição que surge é muito bem-vinda, porque é um sinal de que o Jiu-Jitsu está evoluindo . Que bom que a guarda De La Riva é uma posição eficiente! Assim, o Jiu-Jitsu torna-se interminável, e a gente vai ter muita aula para dar ainda.
Ele se diz honrado por ter uma guarda com seu nome, mas confessa que é uma grande responsabilidade (Foto Erik Engelhart)
Dedicação. Tem que trabalhar sério. Para mim, a flexibilidade me ajuda demais, porque a gente expõe um pouco o pé, e eu tenho muita flexibilidade. Já fico em um golpe no qual não corro muito risco. Então, muita dedicação, disciplina e a flexibilidade, que, para mim, é importante.
Ter uma posição com o seu nome é sua maior conquista no Jiu-Jitsu?
É uma honra e uma responsabilidade. Que bom que esses meninos todos estão trabalhando nela, porque diminui a minha responsabilidade. Eles têm que fazer a posição e meter bronca! Mas é uma honra e um orgulho muito grandes ter o meu nome gravado na história do Jiu-Jitsu.
O que os fãs dizem quando encontram com você?
Tem muita gente que se emociona quando me vê. “Pô, você é o De La Riva? Estou emocionado!”. Eu fico feliz, mas trabalhei muito sério para isso. Sempre treinei muito duro lá na academia no Carlson, então, não foi à toa que isso aconteceu. Agora estamos aí, e tenho que continuar treinando, porque a vida continua.
Fonte: Tatame
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