Ícone do MMA no Brasil, Rodrigo Minotauro Nogueira esteve em São Paulo esta semana ao lado do irmão Rogério para promover uma nova marca de suplementos alimentares. Após a derrota para Cain Velásquez (UFC 110, fevereiro de 2010), Nogueira precisou submeter-se a duas cirurgias (joelho e quadril) e ficou de molho quase quatro meses.
Atualmente, o lutador de 34 anos retornou aos treinamentos leves e desponta como um dos favoritos para integrar o card do UFC Rio de 27 de agosto, evento histórico que marcará o retorno da franquia ao Brasil após 13 anos.
Nesta breve entrevista exclusiva ao Yahoo! Brasil, Minotauro comentou sobre a vontade de lutar em território nacional, planos para a carreira, a volta às atividades e a visão sobre o panorama atual do MMA. Leia abaixo!
Dá para imaginar o UFC Rio sem você dentro do octógono?
A expectativa é muito grande. Todo mundo está no páreo para participar, mas realmente não daria para visualizar esse show sem um dos irmãos Nogueira na competição.
Como estão as negociações? Já foi informado de algo?
Houve contato muito superficial. Apenas uma abordagem para saber minhas condições físicas e técnicas. Nada de muito concreto ainda. Parece que a programação sai mês que vem (maio). Estou no aguardo de novidades.
Você já treina 100% ou há restrições ainda?
Voltei a trabalhar a parte física há três semanas e a técnica pra valer há apenas uma. Tenho ainda de tomar cuidado com movimentos rotatórios muito bruscos de quadril, mas só a possibilidade de voltar aos treinamentos já é um diferencial. Não aguentava mais ficar parado, estava com 'coceira' (risos).
De forma hipotética, as chances de você enfrentar o Brendan Schaub ou o Mirko Cro Cop desontam como as principais possibilidades. Qual você preferiria?
Prefiro o Schaub, sem dúvida alguma. Já me vejo no desafio contra ele e espero que seja no Brasil. Uma vitória deste porte teria o peso certo para eu voltar com tudo à rota da categoria e do cinturão.
O MMA tem aparecido cada vez mais na mídia e vai até estar na próxima novela da Rede Globo em horário nobre da TV. Você acha que essa superexposição tem de ser balaceada para não ser prejudicial?
Isso que tem acontecido é algo gigante para o esporte e só vejo aspectos positivos. É exatamente neste patamar que gostaríamos que a modalidade estivesse quando começamos. Essa novela pode coroar tudo e multiplicar o carisma do MMA se mostrarem a coisa do jeito certo, sobre como um atleta precisa de disciplina e comprometimento para se dar bem na profissão.
Logo poderiam também fazer um TUF (The Ultmate Fighter, reality show do Ultimate em que um grupo de lutadores disputa um contrato com a marca) apenas com talentos brasileiros. A hora que fizerem isso aqui, ninguém segura.
E quem você colocaria como treinadores deste TUF?
Imagina só colocar o Wanderlei (Silva) e o Vitor (Belfort), a coisa ia pegar fogo. O UFC adora essas rivalidades, mas sempre de forma profissional. Os dois têm provavelmente a maior rixa entre os atletas nacionais e iam detonar.
Recentemente, o Brasil perdeu lutas importantes para atletas da nova geração. Com a sua experiência, dá para começar a se preocupar com isso?
O esporte é muito cíclico. Altos e baixos na carreira são comuns, ainda mais agora que está tudo competitivo ao extremo. Não é para se preocupar ainda, mas sim se esforçar em trabalhar cada vez mais pesado. Talento sempre equipara dificuldades. Está difícil se manter no topo, mas essa concorrência tem de ser levada como fator motivacional para todos.
Por Fernando Zanchetta, especial para o Yahoo! Brasil